quinta-feira, 13 de agosto de 2009

“Sou tão misteriosa que não me entendo.”


“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.” (Clarice Lispector)

Um comentário:

  1. Fabi, sempre passo por aqui... mas como vou "surrupiar" teu texto, resolvi deixar um recado... porque pensamos parecido, e às vezes isso dispensa até mesmo as palavras. O teu blog é sempre uma fonte de consulta e reflexão, porque vejo que tu te questiona também, mesmo parecendo não precisar disso, dada tua vida, tuas conquistas e teu sucesso em todos os campos. Tuas inquietações refletem a mulher inteligente que tu es. As perguntas são sempre mais importantes que as respostas!

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