domingo, 28 de fevereiro de 2010

De mala pronta... sempre!


“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”
(José Saramago)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A marca no flanco

"O mundo não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui forma, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

É uma idéia assustadora: vivemos segundo nosso ponto de vista, e com ele sobrevivemos ou naufragamos. Explodimos ou congelamos conforme nossa abertura ou exclusão em relação ao mundo.

E o que configura essa perspectiva nossa?

Ela se inaugura na infância, com suas carências nem sempre explicáveis. Mesmo se fomos amados, sofremos de uma insegurança elementar. Ainda que protegidos, seremos expostos a fatalidades e imprevistos contra os quais nada nos defende. Temos de criar barreiras e ao mesmo tempo lançar pontes com o que nos rodeia e o que ainda nos espera. Toda essa trama de encontro e separação , terror e êxtase encadeados, matéria da nossa existência, começa antes de nascermos.

Mas não somos apenas levados á revelia numa torrente. Somos participantes. (...)

(...) Construir um ser humano, um nós, é trabalho que não dá férias nem concede descanso: haverá paredes frágeis, cálculos mal feitos, rachaduras. Quem sabe um pedaço que vai desabar. Mas se abrirão também janelas para a paisagem e varandas para o sol."

(Do livro Perdas & Ganhos, Lya Luft)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Rabiscos sobre mim mesma...

Sou Libriana, indecisa para umas coisas e muito decidida para outras. Sou sensível, mas não fraca. Confio nas pessoas facilmente, mas também me decepciono com frequência. Sou amante e amiga fiel.
Sou Coca-cola, água de coco e piña colada, mas se tiver espumante, esqueço tudo e mergulho em várias taças.
Sou pizza, batata frita e sopa. Chocolate só na TPM, banana no café da manhã e maçã antes de dormir.
Sou esmalte vermelho, laranja e rosa pink, francesinha só nos dias de indecisão, batom cor de boca ou rosa, brincos de argola e óculos de sol gigantescos!
Sou perfume (de preferência Calvin Klein), sabonete Dove e cheirinho de Sundown.
Canto com a Beyoncé, danço com a Lady Gaga, me apaixono com o Victor & Léo e ouço tudo mais que vier... sendo música, topo quase todas...
Sou mãe da Isabela e esposa/amante do Christiano. Adoro estar em casa, mas amo viajar, aeroporto e avião, não importa pra onde, menos pro Afeganistão!
Adoraria ser escritora e arquiteta, mas sou advogada de formação e uma caminhante por opção.
Estou na busca pela felicidade, mas durante o caminho percebi que não há um ponto de chegada e que a felicidade está no caminhar...Então não vou parar tão cedo.
Tenho milhares de dúvidas, me questiono demais, mas nem sempre exijo respostas de mim mesma... Apenas deixo as perguntas no ar... As respostas chegam por si só.
Ja remei contra a maré, hoje aprendi a "deixar a vida me levar, pra onde ela quiser", me surpreendi com os 'lugares' maravilhosos que acabei conhecendo e com pessoas igualmente maravilhosas.
Tento não exigir demais dos outros, já machuquei muitas pessoas e com isso ferí a mim mesma.
Hoje, quero ser melhor que ontem e espero amanhã ser melhor que hoje.
Como diz uma frase que li e não sei o autor(a): "Tenho todos os defeitos de uma mulher perfeita."
É isso... Se alguma coisa mudar, atualizo!

"Eu não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter."

Theodore Roosevelt

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ela era flor e fogo e o olhar dizia muito...


Tudo ia para o lugar... Quando ela passava as pedras soltas faziam canteiros e a noite caía para ela brilhar. Seu lugar era incerto, seu amor forte e a arte infinita. Pintava tudo de lilás e pisava em folhas secas e as bolhas de sabão enfeitavam o ar. Porque a arte é a expressão plástica do espírito, e o seu, era claro e transparino como as águas curiosas de uma nascente que corre em cascata pela grama ainda virgem.
Tudo se acalmava quando ela passava... As folhas revoltas, e o vento em fúria, faziam chover em sua alma gotas ácidas que destruiam sua natureza sutil. Ela chorava, mas ela era forte. Ela enfrentava toda matéria, todo o invisível e o imaginário. Foi então que o vento sussurrou... Ele a viu passar. Quando o vento se acalmou ela saiu e o enfrentou... E toda a natureza silenciou-se.
Tudo vibrava a seu favor... Ela não percebia, mas as pontes desciam para ela seguir... Caminhos eram inventados e as asas cresciam em suas costas. Ela atravessava o preto, a ponte em neblina e a estrada infinita. Mas sabia que chegaria em algum lugar... Uma borboleta azul lhe disse: "Nada há de te fazer parar quando segues o caminho que faz teu coração vibrar." E ela nunca parou.
Os prazeres eram aumentados, e o choro, e o riso e toda sua sensibilidade. Ela era flor e fogo e o olhar dizia muito. Ela fazia do pouco um lugar confortável e de um gole, uma vida toda. "Quente tão húmido quanto a paixão... Fresco como um mergulho invernal do lago... Dois prazeres sorvidos em um chá..." E isso, bastava.
As coisas eram mais lindas quando ela estava perto... A chuva era mágica, a casa mais alegre, os cantos da casa riam quando ela pisava e as paredes mudavam de cor. Ela dizia que "0s maiores segredos escondíam-se sempre nos lugares mais inverosímeis." Ela era o segredo.
Quando ela se revelava, fazia com maestria e graça. Foi presa, podada e ainda assim, cresceu. Porque a luz cresce depois de comprimida... Revela-se, explode como uma estrela milenar e todo o céu a contempla. Um senhor me disse: "Ela livrou-se das amarras e só o que restou na cela foi o eco de um grito profundo no interior das pedras... O castelo desconstrui-se. Ela riu, parou e fez pose para a vida que a esperava..." Assim era ela.
As coisas renasciam por suas mãos... O seu olhar curava e as palavras preenchiam os espaços vazios.... Ela podia estar só, mas logo os pássaros se chegavam, e as abelhas, pirilampos, fadas e mariposas... Seres alados faziam círculo ao seu redor. Porque "na solidão de certos dias, eu me invento." dizia ela. Assim, ela se reinventava.
Ela pisava o mundo colorindo o caminho... acreditava na magia da vida e, nas sementes plantadas... Deixou seus dizeres espalhados pelo vento; quem presta atenção ainda a escuta. E quem não crê na magia, nunca a encontrará.

Carolina Salcides



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Don't worry, be happy!!!!!!!!





'Em cada vida nós temos problemas.
Quando você se preocupa você faz com que seja em dobro.
Não se preocupe, seja feliz.'