terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A marca no flanco

"O mundo não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui forma, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

É uma idéia assustadora: vivemos segundo nosso ponto de vista, e com ele sobrevivemos ou naufragamos. Explodimos ou congelamos conforme nossa abertura ou exclusão em relação ao mundo.

E o que configura essa perspectiva nossa?

Ela se inaugura na infância, com suas carências nem sempre explicáveis. Mesmo se fomos amados, sofremos de uma insegurança elementar. Ainda que protegidos, seremos expostos a fatalidades e imprevistos contra os quais nada nos defende. Temos de criar barreiras e ao mesmo tempo lançar pontes com o que nos rodeia e o que ainda nos espera. Toda essa trama de encontro e separação , terror e êxtase encadeados, matéria da nossa existência, começa antes de nascermos.

Mas não somos apenas levados á revelia numa torrente. Somos participantes. (...)

(...) Construir um ser humano, um nós, é trabalho que não dá férias nem concede descanso: haverá paredes frágeis, cálculos mal feitos, rachaduras. Quem sabe um pedaço que vai desabar. Mas se abrirão também janelas para a paisagem e varandas para o sol."

(Do livro Perdas & Ganhos, Lya Luft)

Um comentário:

  1. O Omo já dizia que é bom se sujar. Eu vou além, é necessário se ralar. Não para acumular traumas com dores nem viver raspando a casquinha da ferida. Aprender a deixar a vida nos ensinar a tratar e, assim, cicatrizar todas as raladas. E apreder com cada uma. Testemunhar a lição, trocando o melhor com todos q passam nosso caminho e tb estão dispostos.
    Tenho muito a aprender, mas tb ensinar. Trocar. E estou sempre disposto.
    Posso me juntar a seus amigos? Já fiquei minha bandeira aqui. Minha carinha está na foto de um dos meus blogs olimpicos, só pra conhecer melhor o novo amigo e seguidor. Esses blogs tem sido ferramentas importantes no meu caminho com pedregulhos.
    Adoraria ve-la por lá, tb.

    Bj, abraço e aperto de mão... com carinho...

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